De acordo com o American Journal of Psychiatry, a esquizofrenia seria na verdade formada por oito tipos de distúrbio diferentes, o que facilita e dificulta a compreensão a respeito dos diferentes aspectos do transtorno e a dificuldade de seu diagnóstico e tratamento.
Apesar da esquizofrenia ser primariamente ligada à genética, em ao menos 80% dos casos, suas formas de manifestação não seguem um padrão, sendo que a pessoa com a doença pode ter visões, ouvir vozes, não saber discernir o real do imaginário, não ter estabilidade emocional ou saber agir em comunidade.
Sendo um mistério para a Medicina, que até hoje não a compreende em sua vastidão, o tema ganhou nova luz depois de um estudo feito com 4.200 esquizofrênicos e 3.800 pessoas normais. A identificação de cada grupo de genes e seu distúrbio característico associado (como alucinações visuais ou problemas sociais) ficou entre 95% e 100%, ou seja, foi possível com quase perfeição saber de onde vem cada problema da esquizofrenia.
De acordo com os resultados, Robert Cloninger, um dos cientistas envolvidos, mais de 8 classes de genes diferentes agem para que a doença tome força e gere sintomas.
“Eles funcionam em conjunto, bem como uma orquestra, e para entender como eles estão trabalhando, você tem que saber não apenas quem são os membros da orquestra, mas como eles interagem”, explicou. Essa relação é chamada de “arquitetura genética multifacetada”, um nome chique e autoexplicativo para o universo microscópico vivo que define nossos corpos.
Por isso, na verdade o problema não seria um alguns genes, e sim a interação entre grupos diferentes de nosso código genético. E, nessas ligações, existem mais de 42 tipos diferentes de associação, o que explica a diversidade de sintomas e dificuldade de tratamento do distúrbio. Analisando semelhanças e diferenças, foram elaborados 8 sub-distúrbios, ainda sem nome.
