O mundo dos sonhos é a porta para o subconsciente e vem sendo motivo de estudo há milênios, por todas as áreas de pensamento humano – arte, ciência, religião, filosofia, química, física e biologia, por exemplo. Apesar disso, sabe-se ainda pouquíssimo sobre o que gera sonhos e qual a sua real função, havendo diversas teorias a respeito.
Essas perguntas, infelizmente, continuarão sem resposta por enquanto. Mas, mesmo sem respondê-las, desde 2008 cientistas dos Laboratórios Computacionais de Neurociência ATR se uniram e tornaram possível um mecanismo que talvez sirva como porta para o estudo dos sonhos: um computador que consegue dizer o que alguém está sonhando em tempo real.
Sim, isso parece com Inception e diversos outros filmes, e é justamente por isso que a invenção se mostra tão interessante. Entretanto, diferentemente do filme, a máquina monitora o cérebro de cobaias através de encefalogramas e ressonância magnética, e ainda não torna capaz que alguém se comunique com você enquanto você sonha. Ainda.
É possível analisar as ondas cerebrais, que apresentam padrões estáveis em resposta à cada tipo de sonho. Isso foi descoberto porque os cientistas deixavam os voluntários sonhar um pouco e depois os acordavam, perguntando o que haviam sonhado. Depois de monitorar 200 sonhos, o computador “aprendeu” a associar faixas elétricas observadas na atividade cerebral com imagens citadas, com uma precisão de 80%.
Por enquanto, as informações são limitadas e não-lineares: o computador é capaz de saber se você está sonhando com uma mulher, homem ou voando, por exemplo, mas não de entender o que você sente ou onde você está, por exemplo. Mas imagine só, em conjunto com a hipnose, ser capaz de entrar no sonho de uma pessoa ou manipulá-lo em tempo real? Será que isso seria bom para a humanidade?
De uma forma ou de outra, no campo da psiaquiatria esse é um instrumento de valor inegável, já que pode servir como base para acessar áreas até então inexploráveis da mente humana.