Curtir uma fossa, às vezes é bom, especialmente se for com brigadeiro e uma música bem triste, não é mesmo? Parece meio mórbido mas todo mundo tem uma fase assim na vida e acaba se entupindo das duas coisas que citamos aí encima.
Até aí nenhum problema: a pessoa está triste e precisa se recompensar com o doce sabor do brigadeiro. Mas e no caso da música depressiva? Por que ouvimos esse estilo musical? Não deveríamos gostar apenas de canções alegres?
Pesquisadores andam estudando isso e garantem que a nossa relação com as músicas “de fossa” não é tão cartesiana assim. Segundo eles, mesmo aquela canção que nos faz relembrar o fora monumental que foi levado também pode nos fazer sentir bem.

Conforme os cientistas da Universidade de McGill, no Canadá, os ritmos que mexem intensamente com nossa emoção têm o poder de fazer com que nosso organismo libere maior quantidade de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. E mais, eles explicam ainda que o efeito dessas músicas em nosso cérebro é semelhante à satisfação que a comida, o sexo ou as drogas podem nos garantir.
Dessa forma, ao mesmo tempo que nos soam tristes, canções depressivas nos fazem sentir bem. Aliás, essa relação conturbada e difícil de ser aceita pode ser explicada pelo elemento musical chamado de apogiatura – um tipo de nota que cria um som dissonante e gera tensão no ouvinte – e seus efeitos na emoção. Assim, quanto mais apogiaturas uma música tem, maior é o ciclo de tensão e de alívio que ela cria e a emoção ao ouvi-la é ainda mais forte.
Entendeu?